Foto: Luan Facure Locci
Aprendendo a
voar de dentro
Escrito por: Wanice Facure
Certa
vez......
Um
homem voltou para casa... Reencontrou sua família....
Da
janela de sua casa ele observou que outros não tiveram a mesma sorte, a casa
estava vazia.
O
silêncio pairava no ar, como nunca havia acontecido. Era tão intenso que passou
a ouvir o compasso de sua respiração e percebeu que era hora de um mergulho
para dentro, voltar na verdade para nossa casa interna, “fazer limpeza nos
armários, retirar traças e teias” perceber os excessos e pesar os novos
valores.
Também
era hora de voltar e olhar para fora e perceber, no silêncio das ruas, o efeito
dominó nas portas fechas.
É
chegada a hora de virar todos as peças e voltar para o jogo.
Agora
é a hora de perceber o todo e procurar a melhor estratégia para a grande
retomada.
Agora
é a hora de ver o que é realmente empreender na vida.
Agora
é a hora de repensar velhos questionamentos da humanidade, Quem sou? De onde
vim? Para onde vou?
E
questionarmos...
Quem
somos? De onde viemos? Para onde vamos?
.......
Quem
somos?
Depois
de vermos as peças caídas e voltar para dentro, percebemos que as peças têm
imãs e é necessário sermos UNO, pois juntos iremos reestruturar, reorganizar,
ter novas metas e lembrarmos sempre do nosso propósito na vida, só que agora
percebemos que não estamos sós.
De
onde estamos vindo?
Das
ruas vazias, do luto, mas também das sacadas cheias de música, de shows em lives conectando o mundo, de sofás com
famílias assistindo a filmes, novos aprendizados utilizando a tecnologia com
aulas virtuais.
Novos
desafios, de um crescimento abrupto interno, estamos sendo forçados a crescer
do dia para a noite, acelerando processos que tínhamos deixado estagnados,
adormecidos, pois estávamos na zona de conforto, em uma rotina insana, na correria
contra o relógio.
Vejam,
agora paramos!
Então,
para onde vamos?
Estamos
sendo lapidados para uma nova jornada, como uma grande escultura de mármore
tirando os excessos para nos revelarmos ou como a modelagem em argila dando
novas formas e acrescentando novos olhares.
Então
vamos seguir, mas como e para onde? Aonde chegar?
É
como se tivéssemos voltado para o casulo e
aprendendo a voar de dentro, estamos sobre flores observando o jardim
destruído. Como uma grande pintura de Monet, temos que aprender ver além dos
borrões.
Agora
é chegada a hora da reconstrução.
Agora
é a hora de escutar o silêncio das ruinas internas.
Agora
é a hora de saber o propósito dos verbos:
compartilhar,
só o que faz o outro crescer;
agir
em prol do outro;
reorganizar
novas estratégias;
transformar
o seu mundo e saber que é parte do todo e
tecermos juntos o grande manto da humanidade,
pois estamos conectados num todo.
Que
façamos desse momento a força para nos reinventarmos e preparar para, no
momento certo, voar, sobre a grande aquarela da vida, ver com transparência, a
essência do outro.
Vamos?
Wanice
Facure
29/03/2020