Oiticica Metaesquema 1958
Hélio Oiticica, um garoto carioca, de vinte e poucos anos,
no fim da década de 50, brincava com as relações entre cor, linha, estrutura e
plano nas artes plásticas.
Os relatos da investigação dessas relações começam a ser
grafados em retângulos pintados de guache sobre um cartão.
Hélio Oiticica. Metaesquema, 1958. Guache sobre cartão, 52,2 × 63,5 cm.
Adiante, começam a surgir outros cartões com outros
retângulos, e outras figuras geométricas, em diferentes tamanhos, contornos,
cores, preenchimentos e disposições no plano do papel, nomeava esse experimento
realizado entre 1957 e 1958 de metaesquemas, obras expostas no Instituto de
Arte Contemporânea, até 28 de fevereiro, em São Paulo.
Metaesquema 1957
Provindas de um cálculo matemático rigoroso, essas produções
esquemáticas se conectam incondicionalmente aos preceitos do construtivismo,
linguagem que posteriormente Oiticica passaria a desprezar.
Contudo, são nesses metaesquemas que o artista descobrirá as
estruturas que vão levá-lo a desenvolver suas obras de terceira dimensão, como
os bilaterais e os relevos espaciais (1959), também expostos na mesma galeria
do Instituto
Metaesquema
1958
[...]
metaesquemas abertos às estruturas abertas: nos
quadros-planos branco com branco ou côr com mesma côr que se seguem e mais
adiante nas invenções (quadrados de uma só côr) de 59, cheguei à pintura quando
pra mim a representação se havia secado nêsses metaesquemas e logo a pintura
também chegava ao seu fim: descoberta do fim da pintura no quadrado de côr:
invenções porque comportam total carga-pintura: porque preveem possibilidades
paralém da pintura [...]" (texto redigido em 12/02/1972).
Publicado no folheto da exposição na Galeria Ralph Camargo,
São Paulo, 30 out. a 17 nov. de 1972
Metaesquema
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário