Bem Vindo ao Blog!

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Vamos respirar arte e filosofia.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Henri Matisse - Desenhando com tesouras


 
Tristeza do Rei – 1952
 
 
Você sabia que Henri Matisse (1869 -1954) desenhava com tesouras? Isso mesmo!!!!

Em seus últimos anos de vida, não conseguia pintar mais, impossibilitado de usar as tintas passou a desenhar com a tesoura, ele olhava para o papel e percebia formas e desenhava sem utilizar o lápis, apenas ia conduzindo a tesoura. Percebeu então, que a arte não tem limites!!!
 
 
O Palhaço – 1943

(...) “Desenhar com a tesoura, recortar as cores vivas, lembra-me o trabalho direto dos escultores… uma tesoura é um instrumento maravilhoso e o papel que uso para os meus recortes é magnífico… trabalhar com a tesoura neste papel é uma ocupação na qual me posso perder… o meu prazer pelo recorte aumenta a cada dia que passa! Por que é que não pensei nisto antes? Cada vez me convenço mais de que com um simples recorte se pode expressar as mesmas coisas do que com o desenho e a pintura…”. Henry Matisse em “Escritos e Pensamentos sobre a Arte”

Nu Azul – 1952

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Surrealismo com Salvador Dalí





                                    Dalí, em 1954 posando para foto com uma lagosta

O surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais.

Na pintura, o Surrealismo tomou duas direções: a pintura surrealista figurativa e a abstrata. Em ambas, adaptou as técnicas de escrita automática dos poetas surrealistas. O intuito era liberar a mente do controle consciente e produzir um fluxo de ideias do subconsciente. Essas obras eram abstratas ou figurativas.


Salvador Dalí (1904-1989) foi um dos mais excêntricos artistas do século XX. Polêmico, o pintor construiu uma imagem extravagante, como uma espécie de personagem de si mesmo.


                                                    Cisnes refletindo elefantes

                                        Cisnes refletindo elefantes (1937)

Em Cisnes refletindo elefantes, o pintor usa o "método paranóico crítico", uma ferramenta calcada na psicanálise, que ele desenvolveu para que a apreciação do público fosse ainda mais profunda.
Na tela, Dalí produz imagens ambíguas, em que cisnes mesclam-se a troncos retorcidos formando imagens de elefantes no reflexo do lago.
A paisagem é ensolarada e árida e há também a figura de um homem - que talvez fosse um autorretrato do artista - do lado esquerdo da cena.
A produção é de 1937, tem 51 x 67 cm e foi produzida com tinta a óleo sobre lona. Pertence a uma coleção privada.
                                                
                                              A tentação de Santo Antônio
                                                      A tentação de Santo Antônio (1946)

Esse quadro foi feito para um concurso idealizado pelo diretor de cinema Albert Lewin. A obra seria parte de um novo filme, cujo tema era "a tentação de Santo Antônio".
O vencedor do concurso foi Max Ernst, com a pintura The private afair of Bel Ami (O homem sem coração).
Mesmo não ganhando, a obra de Dalí fez um enorme sucesso. Nessa tela, ele exibe um homem santo sendo importunado por imagens que sugerem desejo sexual e luxúria.
Esse é um óleo sobre tela, de 1946, mede 197 x 249,4 cm e está no Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica

Fonte:

A Dança, Henri Matisse

                                           


                       A Dança – Henri Matisse – 1910 – Óleo sobre tela – 2,60m x 3,91m

                                      Museu Hermitage, São Petesburgo, Rússia



Acredita-se que a ideia da composição surgiu em 1905, enquanto o pintor observava alguns pescadores realizando uma dança de roda, a sardana, em uma praia do sul da França. As formas simplificadas das dançarinas ocupam toda a tela, em um padrão rítmico de movimento expressivo.
Além disso, Henri Matisse limitou a sua paleta em apenas três cores: azul para o céu, laranja-rosado para os corpos e verde para as colinas.
O artista foi um dos precursor do Fovismo – palavra que em francês quer dizer “Fera” – Fauve.
A simplicidade do desenho, com seus três elementos básicos – dançarinas, uma vastidão vazia de verde e outra de azul,  cria uma imagem na qual as relações abstratas entre forma e cor são fundamentais.
Cinco personagens dão as mãos com o objetivo de criar um círculo, como parte de uma dança em turbilhão.
A energia contida em meio à ação é passada ao espectador por meio dos contornos sinuosos das pernas e dos pés da dançarina na extremidade.
Dispostos conta o fundo azul, os braços marrom-avermelhados das dançarinas criam um ritmo ondulado por toda a composição.
A anatomia delas é simplificada para aumentar o impacto.
Enquanto a dançarina do meio inclina sua cabeça para a frente, a curva de seus ombros torna-se parte dos padrões ascendentes e descendentes dos braços entrelaçados.
Na parte superior, à direita, o contorno da cabeça de uma das dançarinas é cortado pelo limite da tela, ajudando a dar a impressão de movimento.
Em outros pontos do quadro os personagens atravessam ou tocam a margem.
O confinamento faz com que o olhar mantenha-se concentrado na composição intencionalmente simples. Esses cortes são uma característica da obra de Matisse
As mãos de dois personagens se soltam durante a dança. O espaço entre elas expressa então.
A diagonal criada pelos braços estendidos ajuda a manter a sensação de movimento.

FONTE:

“Metaesquemas” de Hélio Oiticica



                                                            Oiticica Metaesquema 1958


Hélio Oiticica, um garoto carioca, de vinte e poucos anos, no fim da década de 50, brincava com as relações entre cor, linha, estrutura e plano nas artes plásticas.

Os relatos da investigação dessas relações começam a ser grafados em retângulos pintados de guache sobre um cartão.


                 Hélio Oiticica. Metaesquema, 1958. Guache sobre cartão, 52,2 × 63,5 cm.




Adiante, começam a surgir outros cartões com outros retângulos, e outras figuras geométricas, em diferentes tamanhos, contornos, cores, preenchimentos e disposições no plano do papel, nomeava esse experimento realizado entre 1957 e 1958 de metaesquemas, obras expostas no Instituto de Arte Contemporânea, até 28 de fevereiro, em São Paulo.

                                                                 Metaesquema 1957


Provindas de um cálculo matemático rigoroso, essas produções esquemáticas se conectam incondicionalmente aos preceitos do construtivismo, linguagem que posteriormente Oiticica passaria a desprezar.

Contudo, são nesses metaesquemas que o artista descobrirá as estruturas que vão levá-lo a desenvolver suas obras de terceira dimensão, como os bilaterais e os relevos espaciais (1959), também expostos na mesma galeria do Instituto

                                                            Metaesquema 1958

[...]

metaesquemas abertos às estruturas abertas: nos quadros-planos branco com branco ou côr com mesma côr que se seguem e mais adiante nas invenções (quadrados de uma só côr) de 59, cheguei à pintura quando pra mim a representação se havia secado nêsses metaesquemas e logo a pintura também chegava ao seu fim: descoberta do fim da pintura no quadrado de côr: invenções porque comportam total carga-pintura: porque preveem possibilidades paralém da pintura [...]" (texto redigido em 12/02/1972).


Publicado no folheto da exposição na Galeria Ralph Camargo, São Paulo, 30 out. a 17 nov. de 1972            

                                                                         Metaesquema


Fonte:


terça-feira, 16 de junho de 2020

Matisse e os peixes vermelhos


                                               Matisse e os peixes vermelhos

                                                             O Gato Com Peixes Vermelhos (1914)

Começou a pintar em 1889, quando sua mãe lhe trouxe o material necessário durante um período de convalescença após um ataque de apendicite. Na pintura, descobriu uma espécie de "paraíso", como ele mais tarde descreveu, e decidiu, então, tornar-se um artista, decepcionando profundamente seu pai.
 Sua obra é considerada uma das expressões mais significativa da arte de vanguarda. Foi um dos fundadores do “Fauvismo” – o primeiro movimento moderno do século XX, criado por Matisse e André Derain. Foi assim denominado por um crítico francês que, em 1905, os chamou de fauves (feras selvagens) ao se referir às suas cores fortes e chocantes. Em 1906 expõe no Salão dos Independentes, encabeça a rebelião dos “fauvistas”.

Em 1908, Henri Matisse abre uma academia em Paris e começa a ganhar fama no exterior. Expõe em Nova York, Londres e Moscou. Pinta “Harmonia em Vermelho” (1908) e Natureza-Morta com Peixes Vermelhos (1911), considerada sua obra de transição, onde as pinceladas claramente visíveis são o que resta do passado. Em 1914, pinta O Gato Com Peixes Vermelhos.


                                                            Peixes Vermelhos 




Peixes Vermelhos é uma das mais belas composições de Matisse, que usa uma paleta de cores bastante contrastantes, mas que atingem uma grande harmonia no conjunto, numa obra sem linhas retas. O aquário redondo, no centro da composição, contém quatro peixinhos vermelhos que giram e cujas sombras afloram na superfície.




                                                          Natureza Morta Com Peixes Vermelhos (1911)




                                                                        peixe dourado com gato




                                                                            Peixes vermelhos

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Aprendendo a voar de dentro


Foto: Luan Facure Locci


Aprendendo a voar de dentro

Escrito por: Wanice Facure
Certa vez......

Um homem voltou para casa... Reencontrou sua família....
Da janela de sua casa ele observou que outros não tiveram a mesma sorte, a casa estava vazia.
O silêncio pairava no ar, como nunca havia acontecido. Era tão intenso que passou a ouvir o compasso de sua respiração e percebeu que era hora de um mergulho para dentro, voltar na verdade para nossa casa interna, “fazer limpeza nos armários, retirar traças e teias” perceber os excessos e pesar os novos valores.
Também era hora de voltar e olhar para fora e perceber, no silêncio das ruas, o efeito dominó nas portas fechas.
É chegada a hora de virar todos as peças e voltar para o jogo.
Agora é a hora de perceber o todo e procurar a melhor estratégia para a grande retomada.
Agora é a hora de ver o que é realmente empreender na vida.
Agora é a hora de repensar velhos questionamentos da humanidade, Quem sou? De onde vim? Para onde vou?
E questionarmos...
Quem somos?  De onde viemos? Para onde vamos?
.......
Quem somos?
Depois de vermos as peças caídas e voltar para dentro, percebemos que as peças têm imãs e é necessário sermos UNO, pois juntos iremos reestruturar, reorganizar, ter novas metas e lembrarmos sempre do nosso propósito na vida, só que agora percebemos que não estamos sós.
De onde estamos vindo?
Das ruas vazias, do luto, mas também das sacadas cheias de música, de shows em lives conectando o mundo, de sofás com famílias assistindo a filmes, novos aprendizados utilizando a tecnologia com aulas virtuais.
Novos desafios, de um crescimento abrupto interno, estamos sendo forçados a crescer do dia para a noite, acelerando processos que tínhamos deixado estagnados, adormecidos, pois estávamos na zona de conforto, em uma rotina insana, na correria contra o relógio.
Vejam, agora paramos!
Então, para onde vamos?
Estamos sendo lapidados para uma nova jornada, como uma grande escultura de mármore tirando os excessos para nos revelarmos ou como a modelagem em argila dando novas formas e acrescentando novos olhares.
Então vamos seguir, mas como e para onde? Aonde chegar?
É como se tivéssemos voltado para o casulo e aprendendo a voar de dentro, estamos sobre flores observando o jardim destruído. Como uma grande pintura de Monet, temos que aprender ver além dos borrões.
Agora é chegada a hora da reconstrução.
Agora é a hora de escutar o silêncio das ruinas internas.
Agora é a hora de saber o propósito dos verbos:
compartilhar, só o que faz o outro crescer;
agir em prol do outro;
reorganizar novas estratégias;
transformar o seu mundo e saber que é parte do todo e
 tecermos juntos o grande manto da humanidade, pois estamos conectados num todo.
Que façamos desse momento a força para nos reinventarmos e preparar para, no momento certo, voar, sobre a grande aquarela da vida, ver com transparência, a essência do outro.
Vamos?

Wanice Facure
29/03/2020