Bem Vindo ao Blog!

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Vamos respirar arte e filosofia.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

A Dança, Henri Matisse

                                           


                       A Dança – Henri Matisse – 1910 – Óleo sobre tela – 2,60m x 3,91m

                                      Museu Hermitage, São Petesburgo, Rússia



Acredita-se que a ideia da composição surgiu em 1905, enquanto o pintor observava alguns pescadores realizando uma dança de roda, a sardana, em uma praia do sul da França. As formas simplificadas das dançarinas ocupam toda a tela, em um padrão rítmico de movimento expressivo.
Além disso, Henri Matisse limitou a sua paleta em apenas três cores: azul para o céu, laranja-rosado para os corpos e verde para as colinas.
O artista foi um dos precursor do Fovismo – palavra que em francês quer dizer “Fera” – Fauve.
A simplicidade do desenho, com seus três elementos básicos – dançarinas, uma vastidão vazia de verde e outra de azul,  cria uma imagem na qual as relações abstratas entre forma e cor são fundamentais.
Cinco personagens dão as mãos com o objetivo de criar um círculo, como parte de uma dança em turbilhão.
A energia contida em meio à ação é passada ao espectador por meio dos contornos sinuosos das pernas e dos pés da dançarina na extremidade.
Dispostos conta o fundo azul, os braços marrom-avermelhados das dançarinas criam um ritmo ondulado por toda a composição.
A anatomia delas é simplificada para aumentar o impacto.
Enquanto a dançarina do meio inclina sua cabeça para a frente, a curva de seus ombros torna-se parte dos padrões ascendentes e descendentes dos braços entrelaçados.
Na parte superior, à direita, o contorno da cabeça de uma das dançarinas é cortado pelo limite da tela, ajudando a dar a impressão de movimento.
Em outros pontos do quadro os personagens atravessam ou tocam a margem.
O confinamento faz com que o olhar mantenha-se concentrado na composição intencionalmente simples. Esses cortes são uma característica da obra de Matisse
As mãos de dois personagens se soltam durante a dança. O espaço entre elas expressa então.
A diagonal criada pelos braços estendidos ajuda a manter a sensação de movimento.

FONTE:

“Metaesquemas” de Hélio Oiticica



                                                            Oiticica Metaesquema 1958


Hélio Oiticica, um garoto carioca, de vinte e poucos anos, no fim da década de 50, brincava com as relações entre cor, linha, estrutura e plano nas artes plásticas.

Os relatos da investigação dessas relações começam a ser grafados em retângulos pintados de guache sobre um cartão.


                 Hélio Oiticica. Metaesquema, 1958. Guache sobre cartão, 52,2 × 63,5 cm.




Adiante, começam a surgir outros cartões com outros retângulos, e outras figuras geométricas, em diferentes tamanhos, contornos, cores, preenchimentos e disposições no plano do papel, nomeava esse experimento realizado entre 1957 e 1958 de metaesquemas, obras expostas no Instituto de Arte Contemporânea, até 28 de fevereiro, em São Paulo.

                                                                 Metaesquema 1957


Provindas de um cálculo matemático rigoroso, essas produções esquemáticas se conectam incondicionalmente aos preceitos do construtivismo, linguagem que posteriormente Oiticica passaria a desprezar.

Contudo, são nesses metaesquemas que o artista descobrirá as estruturas que vão levá-lo a desenvolver suas obras de terceira dimensão, como os bilaterais e os relevos espaciais (1959), também expostos na mesma galeria do Instituto

                                                            Metaesquema 1958

[...]

metaesquemas abertos às estruturas abertas: nos quadros-planos branco com branco ou côr com mesma côr que se seguem e mais adiante nas invenções (quadrados de uma só côr) de 59, cheguei à pintura quando pra mim a representação se havia secado nêsses metaesquemas e logo a pintura também chegava ao seu fim: descoberta do fim da pintura no quadrado de côr: invenções porque comportam total carga-pintura: porque preveem possibilidades paralém da pintura [...]" (texto redigido em 12/02/1972).


Publicado no folheto da exposição na Galeria Ralph Camargo, São Paulo, 30 out. a 17 nov. de 1972            

                                                                         Metaesquema


Fonte:


terça-feira, 16 de junho de 2020

Matisse e os peixes vermelhos


                                               Matisse e os peixes vermelhos

                                                             O Gato Com Peixes Vermelhos (1914)

Começou a pintar em 1889, quando sua mãe lhe trouxe o material necessário durante um período de convalescença após um ataque de apendicite. Na pintura, descobriu uma espécie de "paraíso", como ele mais tarde descreveu, e decidiu, então, tornar-se um artista, decepcionando profundamente seu pai.
 Sua obra é considerada uma das expressões mais significativa da arte de vanguarda. Foi um dos fundadores do “Fauvismo” – o primeiro movimento moderno do século XX, criado por Matisse e André Derain. Foi assim denominado por um crítico francês que, em 1905, os chamou de fauves (feras selvagens) ao se referir às suas cores fortes e chocantes. Em 1906 expõe no Salão dos Independentes, encabeça a rebelião dos “fauvistas”.

Em 1908, Henri Matisse abre uma academia em Paris e começa a ganhar fama no exterior. Expõe em Nova York, Londres e Moscou. Pinta “Harmonia em Vermelho” (1908) e Natureza-Morta com Peixes Vermelhos (1911), considerada sua obra de transição, onde as pinceladas claramente visíveis são o que resta do passado. Em 1914, pinta O Gato Com Peixes Vermelhos.


                                                            Peixes Vermelhos 




Peixes Vermelhos é uma das mais belas composições de Matisse, que usa uma paleta de cores bastante contrastantes, mas que atingem uma grande harmonia no conjunto, numa obra sem linhas retas. O aquário redondo, no centro da composição, contém quatro peixinhos vermelhos que giram e cujas sombras afloram na superfície.




                                                          Natureza Morta Com Peixes Vermelhos (1911)




                                                                        peixe dourado com gato




                                                                            Peixes vermelhos

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Aprendendo a voar de dentro


Foto: Luan Facure Locci


Aprendendo a voar de dentro

Escrito por: Wanice Facure
Certa vez......

Um homem voltou para casa... Reencontrou sua família....
Da janela de sua casa ele observou que outros não tiveram a mesma sorte, a casa estava vazia.
O silêncio pairava no ar, como nunca havia acontecido. Era tão intenso que passou a ouvir o compasso de sua respiração e percebeu que era hora de um mergulho para dentro, voltar na verdade para nossa casa interna, “fazer limpeza nos armários, retirar traças e teias” perceber os excessos e pesar os novos valores.
Também era hora de voltar e olhar para fora e perceber, no silêncio das ruas, o efeito dominó nas portas fechas.
É chegada a hora de virar todos as peças e voltar para o jogo.
Agora é a hora de perceber o todo e procurar a melhor estratégia para a grande retomada.
Agora é a hora de ver o que é realmente empreender na vida.
Agora é a hora de repensar velhos questionamentos da humanidade, Quem sou? De onde vim? Para onde vou?
E questionarmos...
Quem somos?  De onde viemos? Para onde vamos?
.......
Quem somos?
Depois de vermos as peças caídas e voltar para dentro, percebemos que as peças têm imãs e é necessário sermos UNO, pois juntos iremos reestruturar, reorganizar, ter novas metas e lembrarmos sempre do nosso propósito na vida, só que agora percebemos que não estamos sós.
De onde estamos vindo?
Das ruas vazias, do luto, mas também das sacadas cheias de música, de shows em lives conectando o mundo, de sofás com famílias assistindo a filmes, novos aprendizados utilizando a tecnologia com aulas virtuais.
Novos desafios, de um crescimento abrupto interno, estamos sendo forçados a crescer do dia para a noite, acelerando processos que tínhamos deixado estagnados, adormecidos, pois estávamos na zona de conforto, em uma rotina insana, na correria contra o relógio.
Vejam, agora paramos!
Então, para onde vamos?
Estamos sendo lapidados para uma nova jornada, como uma grande escultura de mármore tirando os excessos para nos revelarmos ou como a modelagem em argila dando novas formas e acrescentando novos olhares.
Então vamos seguir, mas como e para onde? Aonde chegar?
É como se tivéssemos voltado para o casulo e aprendendo a voar de dentro, estamos sobre flores observando o jardim destruído. Como uma grande pintura de Monet, temos que aprender ver além dos borrões.
Agora é chegada a hora da reconstrução.
Agora é a hora de escutar o silêncio das ruinas internas.
Agora é a hora de saber o propósito dos verbos:
compartilhar, só o que faz o outro crescer;
agir em prol do outro;
reorganizar novas estratégias;
transformar o seu mundo e saber que é parte do todo e
 tecermos juntos o grande manto da humanidade, pois estamos conectados num todo.
Que façamos desse momento a força para nos reinventarmos e preparar para, no momento certo, voar, sobre a grande aquarela da vida, ver com transparência, a essência do outro.
Vamos?

Wanice Facure
29/03/2020

domingo, 6 de dezembro de 2015

 
História da Semana
 
Presente das bodas de prata
 
 



 Certa vez um casal muito pobre e sem filhos.

     Ela fiava à porta da sua cabana pensando no marido. Toda a riqueza que ela possuía era uma bela cabeleira, gabada e invejada pelas mulheres da aldeia. Uma cabeleira negra, comprida, brilhante que brotava da sua cabeça como os fios de linho da sua roca.

     Ele ia ao mercado vender algumas frutas. Sentava-se à sombra de uma árvore a esperar, firmando entre os dentes o seu cachimbo vazio. O dinheiro não lhe chegava para uma pequena porção de tabaco.

     Aproximavam-se os 25 anos do seu casamento. Em anos anteriores, nessa data, nunca tinham oferecido nada um ao outro porque a pobreza não lhes permitia esse luxo.

     Mas agora tinha mesmo de ser. Vinte e cinco anos é uma data marcante que é preciso comemorar. Assim pensavam os dois em segredo sem falarem um ao outro sobre o assunto. Era preciso fazer uma surpresa.

     Uma ideia cruzou a mente da esposa. Sentiu um calafrio de alegria e tristeza ao pensar nela mas era a única maneira de conseguir algum dinheiro: venderia a sua cabeleira para comprar tabaco para o seu marido. Seria a melhor prenda que lhe podia dar. Ela imaginava-o já na praça, sentado atrás dos seus frutos, puxando longas cachimbadas e o fumo e evolar-se como aroma de incenso e jasmim a dar-lhe o prestígio e a solenidade de um grande comerciante.

     Só obteve pelo seu belo cabelo umas poucas moedas. Mas escolheu com cuidado o mais fino estojo de tabaco. O perfume das folhas enrugadas compensava largamente o sacrifício do seu cabelo.

     Ao cair da tarde regressou o marido. Vinha cantando pelo caminho.

     Trazia na sua mão um pequeno embrulho: eram alguns pentes para a sua mulher. Para obter dinheiro para os comprar tinha vendido o seu cachimbo…

Tradução livre de um poema de Tagore, in Almanaque Boa Nova 2008

 

domingo, 22 de novembro de 2015

 
 
HISTÓRIA DA SEMANA

Anjo Ariel em apuros

- ARIEL!!!
O grito pegou Ariel de surpresa, e ele quase caiu sentado. Olhou na direção do grito e viu um agitado Gabriel vindo na sua direção.
- Pois não, mestre Gabriel, respondeu, sem se alterar.
- Recebi pela centésima vez o mesmo pedido daquela garota que quer um marido! Já não era para você ter providenciado?
- Bem, senhor, tivemos alguns problemas e...
- Como, problemas? Como podemos honrar o "peça e receberás" deste jeito?
- Bem, é que a moça mesmo está impedindo, senhor.
- Agora vai culpá-la, é?
- Como o senhor bem sabe, dependemos em parte dos humanos para um bom atendimento. Se quiser, posso contar-lhe o que já fizemos.
- Muito bem, conte-me. Gabriel já estava completamente calmo.
- Assim que recebemos o primeiro pedido, fizemos uma pesquisa e identificamos um par ideal para ela. No dia propício, em que ele estaria em um bar, sussurramos à moça uma sugestão para sair de casa e ir até o bar. Ela aceitou bem. Lá no bar, providenciamos um esbarrão, o rapaz tentou uma conversa, mas ela recusou-se a qualquer papo, argumentando consigo mesma que não era mulher de dar papo para estranhos. Nada pudemos fazer.
- Aí, esperaram um novo pedido.
- Sim. Ela o fez na sua igreja, uma semana depois. Mas o "escolhido" já tinha se envolvido com outra moça, muito boa, por sinal, e procuramos outro.  Achamos. Desta vez a estratégia foi provocar uma pequena batida dele no carro dela. Coisa insignificante. Só que ela desceu do carro muito irada, disse uns palavrões e pra falar a verdade, sequer olhou para o rosto dele. Observamos que ela internamente estava visualizando um rosto distorcido, e não o do homem que estava à sua frente.
- Mas vocês não previram esta reação?
- Sabíamos que era uma opção possível. Infelizmente, foi a que ela escolheu. Bem, o homem ficou queimado de vez com ela, que não é do tipo que perdoa facilmente.
- Poderia ser interferências cármicas? Como está o merecimento dela?
- Está suficiente, mas não o bastante para o atendimento automático.
- Bem, depois da igreja, foi aquele apelo desesperado, não?
- Sim, ela dizia que não aguentava mais. Nossa equipe fez de novo a pesquisa, e localizamos um candidato, que inicialmente não lhe pareceria tão bonito quanto queria mas, se conseguíssemos um contato mais prolongado, as chances seriam boas. Conseguimos que os dois trabalhassem no mesmo andar. O rapaz conheceu-a, interessou-se e convidou-a para sair. Você acredita que ela se fez de difícil? Ele então ficou desinteressado; ainda tentamos inspirar-lhe persistência, e ele tentou novamente, novamente foi esnobado e desistiu. Como não podíamos interferir novamente, aguardamos novo pedido.
- Qual foi o diagnóstico, até aqui?
- Temos obstáculos sérios com relação a algumas crenças dessa moça, muito estáveis e firmes. Por exemplo, ela acha que se se fizer de difícil, atrairá mais atenção. Como não tem observado o resultado dos seus comportamentos ao aplicar essa opção, não consegue atualizar essa regra. Outro ponto difícil é o foco excessivo em si mesma; ela ainda não percebeu que pode manter duas referências simultâneas. Um ponto significativo é uma crença da qual ela não tem consciência, de que não merece o melhor, veja só. De maneira geral, as suas crenças e regras, e não o resultado desejado, têm prevalecido, e nossa atuação em sua intuição não é percebida.
- Já tentaram abalar toda essa firmeza? Ela seria beneficiada como um todo, com um pouco mais de flexibilidade.
- Tentamos, mas ela teve uma reação inesperada: interpretou que estava desestruturada e com problemas, sentiu-se muito mal e tivemos que parar. Pareceu-nos que ela não suportaria a fase de transição. Você sabe que esse tipo de rigidez quase sempre só é quebrado com a ajuda de algum tipo de dor. Como o bom carma dela impede dores nesse nível, mesmo que transitórias, temos um círculo vicioso. A menos que ela própria perceba, não haverá meios de melhorar este aspecto.
- É, Ariel, temos um caso difícil. Precisamos prever melhor as reações dela, e evitar novos fracassos no futuro. Há novo pedido?
- - Sim, mas o último veio mais fraco, ela está com a fé abalada. Isto piora nossas chances. Antes tivesse a mesma rigidez nisso também.
- Temos que achar um jeito que funcione. Pense em algo.

 - ARIEL!
- Sim, mestre.
- O que vocês fizeram? Ela está se casando! Sinto que não fizeram coisa boa.
- Bem, fizemos uma pequena concessão neste caso. Ela estava numa festa, e conversava com um candidato muito bom e dócil às nossas sugestões.  Mas as projeções de possibilidades que ela estava fazendo de si mesma com o moço indicavam que logo ia dispensá-lo. Interferimos em seus pensamentos colocando imagens de estar com ele e conversar alegremente, de dançar e outras coisas que sabíamos que seriam prazerosas para ambos. As emoções resultantes imediatamente aumentaram sua atração, e os dois acabaram se beijando. Dentro das crenças dela, o beijo no primeiro encontro significa compromisso, e o relacionamento foi mantido. Acha que fizemos mal, mestre?
- A interferência provocou outros efeitos em sua liberdade de escolha?
- Não. Observamos isto. Outros contextos de suas representações internas continuaram com as mesmas opções de antes.
- Foi induzida alguma emoção limitante?
- Um pouco de culpa, logo sobrepujado pelo contentamento. Quando voltarem explicaremos tudo.
- Serão felizes para sempre?
- É, mestre, você tem vindo pouco à Terra!  

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015


Historia da semana
 
 
GANDHI E O PROFESSOR ARROGANTE



Certa vez, enquanto Gandhi estudava Direito no Colégio Universitário da London University de Londres, um professor de sobrenome Peters tinha-lhe aversão, mas o estudante Gandhi nunca baixou a cabeça e os seus encontros eram frequentes.

Um dia Professor Peters estava a almoçar na sala de jantar da Universidade e o aluno vem com a bandeja e senta-se ao lado do professor.

Professor, altivo, diz:

- "Sr. Gandhi você não entende ... Um porco e um pássaro, não se sentam juntos para comer."

Ao que Gandhi respondeu:

- "Fique o professor tranquilo ... Eu vou voando", e mudou-se pra outra mesa.

Mr. Peters ficou cheio de raiva e decidiu vingar-se no teste seguinte, mas o aluno respondeu de forma brilhante a cada pergunta. Então o professor fez mais uma pergunta:

- "Mr. Gandhi, você está andando na rua e encontra um saco, dentro dele está a sabedoria e uma grande quantidade de dinheiro, qual dos dois tira?"

Gandhi responde sem hesitar:

- "É claro professor que tiro o dinheiro!"

O professor Peters sorrindo diz:

- "Eu, ao contrário, tinha agarrado a sabedoria, você não acha?"

- "Cada um tira o que não tem." responde Gandhi.

O professor Peters, fica histérico e escreve no papel da pergunta: Idiota!

E o jovem Gandhi recebe a folha e lê atentamente.

Depois de alguns minutos dirige-se ao professor e diz:

- "Mr. Peters, reparo que assinou a minha folha, mas não colocou a nota?"

E você? Costuma reagir com a mesma serenidade e perspicácia às ofensas que recebe?